O Município do Marco de Canaveses aprovou na sexta-feira, dia 9 de dezembro, em reunião da Câmara Municipal, a aquisição das instalações da extinta Electro Moagem do Marco, no Lugar da Estação, na freguesia do Marco.
O conjunto dos prédios urbanos e rústicos que integram aquelas instalações foram avaliadas em 3,4 milhões de euros. Contudo, atento o uso a conferir ao referido equipamento e o interesse público subjacente, após várias negociações, foi possível avançar como o justo valor de alienação no montante 1,7 milhões de euros. A proposta de aquisição segue agora para aprovação da Assembleia Municipal que se irá realizar no dia 16 de dezembro.
A Autarquia pretende requalificar aquele complexo e transformar a antiga fábrica, que se consolidou no território ao longo de sete décadas, até encerrar portas, em 1999, num espaço multifacetado, que vai englobar um novo polo de desenvolvimento, capaz de dar resposta em três eixos fundamentais da intervenção do Município: economia, ensino e formação e cultura.
O imóvel irá acolher uma academia profissional e uma escola de ensino pós-secundário, conferentes de diploma de especialização tecnológica, previstas na Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial (EIDT) do Tâmega e Sousa. O Município não possuía instalações adequadas para este efeito, sendo este um dos objetivos para a aquisição da infraestrutura.
Foi realizado um estudo que contou com a audição de dirigentes de entidades relevantes nos domínios do ensino e da formação, nomeadamente a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Instituto Politécnico do Porto, o Cesae Digital – Centro Para o Desenvolvimento de Competências Digitais e o Cenfim – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica.
Na área económica, prevê-se a criação de um polo de inovação e empreendedorismo para incubação e aceleração de empresas sob o domínio do MarcoInvest. Esse espaço disporá de políticas direcionadas à atração de jovens recém-diplomados interessados no desenvolvimento de novos negócios e contará com espaços de coworking.
A Câmara Municipal pretende ainda instalar no mesmo edifício a antena local da Agência de Investimento do Tâmega e Sousa que está em processo de constituição no âmbito da Comunidade Intermunicipal, delineando a partir daí a estratégia de atração e fixação de investimento no concelho.
A componente cultural do projeto deve ser assegurada por um polo destinado às indústrias culturais e criativas, de modo a acolher projetos e iniciativas empresariais que surjam, designadamente, nas áreas das artes performativas, do design, da moda e do multimédia. Prevê também a construção de um anfiteatro capaz de albergar largas centenas de pessoas, de modo a acolher espetáculos, concertos, congressos e conferências, e salas multiusos para realização de diversos tipos de eventos, como seminários, workshops, reuniões e pequenas mostras de produtos e serviços.
Para a Presidente da Câmara Municipal, Cristina Vieira, “o interesse na aquisição desta fábrica vem também no seguimento da estratégia já delineada pelo Município na regeneração urbana do local, aliás, essa preocupação já estava presente na decisão de criar a Área de Reabilitação Urbana da Estação / Rio de Galinhas, em 2021, e na fixação nessa infraestrutura de atividades com enorme potencial para agregar pessoas e empresas. Um polo económico e cultural como aquele que projetamos para este imóvel pode vir a ser o elemento acelerador para que a Estação e Rio de Galinhas recuperarem a centralidade urbana que já tiveram, afirmando-se como área natural de expansão do núcleo central da cidade”, referiu a Presidente e responsável pelo Pelouro do Planeamento e Urbanismo.
“A Estação do Marco de Canaveses recebe hoje milhares de utentes de transporte ferroviário e atrai muitos utilizadores de concelhos vizinhos. A Câmara Municipal está a levar a cabo um investimento de mais de 700 mil euros na reabilitação do espaço público envolvente da estação de caminho de ferro, e este novo investimento beneficiará muito da localização, que tornará fácil e simples o acesso a partir de qualquer concelho servido pela Linha do Douro”, reforçou Cristina Vieira.
A autarquia, em concertação com diversos parceiros, está a preparar o programa funcional para aquele equipamento e a definição das linhas orientadoras para o projeto de execução (arquitetura e especialidades), que permitirá aferir o valor do investimento necessário para a requalificação e reorganização daquele espaço. Face à grande dimensão do edificado alí existente, esta intervenção estratégica, poderá acontecer de forma faseada, assente num processo dinâmico, com base nos fundos comunitários disponíveis e na possibilidade de albergar outros projetos estruturantes para o concelho.